terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Catimbó, abre-caminho.

Catimbó, Abre-caminho.


Caximbo, maracá, água benta e terço na mão. Tira-mandinga, despacho, abre-caminho, jurema, benzeção, cura. O mestre da mesa e o mestre invisível.

Catimbó é o nome genérico para práticas religiosas que incluem elementos da pajelança indígena, do catolicismo, da antiga feitiçaria europeia, do espiritismo. O protocolo catimbozeiro é democrático e o canto ritual é o fio condutor das cerimônias. Mário de Andrade teve o corpo fechado no Catimbó de Dona Plastina, em Natal, na última sexta-feira do ano de 1928. Na ocasião, recolheu material musical que entrou pra história.

Nesta audição, o catimbó abre caminho para outras encantarias e tradições religiosas (e musicais) mixadas pela sabedoria popular e (re)mixadas por Renata Rosa, A Barca, Siba, Mestre Ambrósio, Jaraguá-Mulungu, entre outros. Santos e Mestres que fazem e desfazem.

Logo após sua cerimônia no catimbó de Dona Plastina, Mário de Andrade anota em seus diários:
“Não escorreguei no areão, não quebrei a perna, nenhum cachorro latiu para mim, nenhum cangaceiro existia em Natal, porque o meu corpo, pela força musical dos deuses estava fechado pra sempre contra as injúrias dos ares, da terra, de debaixo da terra e das águas do mar. Preço: 30 mil réis.”
Catimbó!



Programa apresentado no dia 28 de dezembro de 2009.

Retirado de Radio Cultura Brasil.
(para ouvir o programa acesse o link acima).


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