quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Histórias Medievais - Herman Hesse

Encontrei esse livro numa biblioteca, tenho tantos amigos bibliotecários que acabo não comprando nem um livro, ganho qualquer um pelos laços da amizade bem fecundada. Hoje decidi ler esse, e apesar do livro ser uma compilação de textos curtos que serviam para ensinar os noviços na Idade Média, nele há xilogravuras muito interessantes e contos sobre o Diabo que é hilário.


Na introdução há um trecho que me deixou maravilhado pela imensa semelhança com a seguinte frase de Andrew Chumbley em uma entrevista feita pela Revista The Cauldron (No Brasil publicado pela Revista O Caldeirão):

"Para compreender as formas de continuidade interna não se deve, porém, comparar antigüidade com autenticidade;
a origem da Bruxaria Sabática é a do Momento, além do passado e futuro. A perspectiva  linear de 'tempo' assumida
pela análise histórica deve ser reconhecida como tendo valor limitado,
quando se  considera e representa as manifestações de contextos atemporais de experiência."

O trecho em questão fala de histórias daqueles "tempos fabulosos que produziram, ao lado da bruxaria, o culto a Madona" Veja o trecho:

"Para 'homem culto' de hoje, o mundo de conceitos e crenças dessas histórias singulares é quando muito uma curiosidade, para muitos até algo ridículo ou odioso, um típico pedaço 'obscura da Idade Média'. Mas se o homem culto de hoje, cujo saber e crença conseguiram unicamente provocar o atual estado de barbárie da Europa, procurar nas Histórias os inícios dessa situação moderna, encontrará ali exatamente essa mal-afamada Idade Média, o período do florescimento do cristianismo europeu e da vida intuitiva, como um paraíso perdido." E mais: "Quanto mais lucidamente afastarmos nosso coração do cheiro do incenso e das cinzas da penitência, tanto mais depressa voltarão a nos pertencer os valores espirituais intocados daqueles séculos obscuros, e sua literatura." "O traje (dessas histórias) é sempre antigo, mas o conteúdo não é velho nem novo, e sim intemporal, merecendo o nosso interesse, como tudo que é humano."

(Histórias Medievais - Herman Hesse, Ed. Record 2° Edição)

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